30 janeiro 2008

Bolo, brigadeiro e cia.

Flickr - Galeria de Rebaa
Hoje é aniversário da minha irmã. Minha mãe fez um bolo e nós cantamos parabéns pra você, nesta data querida... Mas só nós aqui de casa. Hoje não temos mais as festas que tínhamos antigamente com direito a balões, brigadeiros e língua de sogra. Bons tempos aqueles. Todo ano tinha festa. Eu, particularmente não gosto muito de festas e gosto menos ainda quando é a minha festa. Nunca gostei pois quando criança eu era tímida elevada à nona potência (hoje já sou elevada ao cubo) e a pior hora para mim era justamente o auge da festa: “a hora do parabéns”. Sentia-me mal com as luzes apagadas, aquela vela acesa debaixo do meu nariz e todos batendo palmas, cantando e olhando pra mim com aqueles olhos vidrados (se bem que os olhares vidrados estavam bem mais direcionados aos doces do que a mim). Não gostava e ainda não gosto de ser o centro das atenções e na sua festa de aniversário você não tem como fugir disso. Mas tudo tem seu lado bom. Eu adorava os preparativos para a festa. Enrolar (e comer) brigadeiro, beijinho, cajuzinho, embrulhar as balas de coco naqueles papéis coloridos, encher os balões e espalhá-los pela sala. E o bolo? Como era bom lamber a tigela do recheio... O dia depois da festa também era compensador. Sempre sobrava brigadeiro, o meu docinho predileto, e bolo e eu podia comer sossegada, esticando um pouquinho mais aquele clima de festa.

Flickr - Galeria de Paco CT

Os aniversários de hoje podem ser diferentes dos de antigamente, mas uma coisa não mudou: tem um pratinho de bolo me esperando lá na geladeira.

22 janeiro 2008

O caso da Bala Soft

Ao lerem esse título muitos irão lembrar-se, primeiro com saudade e nostalgia e logo em seguida com horror e desespero, dessa famosa guloseima. Quando abríamos um pacotinho de balas Soft tínhamos a mesma sensação de um pirata que abre o baú do tesouro: aquelas jóias, digo, balas tão coloridas ofuscavam nossa visão, entorpeciam nossos sentidos e só pensávamos em uma coisa: degustá-las, uma após a outra, até o fim do pacote. Mas aquelas balas traziam com elas um perigo mortal. Seu formato anatômico fora desenvolvido especialmente para um encaixe perfeito na traquéia das vítimas. Lembro que sempre que ia chupar uma bala meus pais diziam: cuidado para não engolir. Tá, tudo bem demonstrar preocupação mas, diante do perigo iminente, não seria mais sensato parar de comprar as balas e assim afastar definitivamente a ameaça de sufocamento seguido de morte? Eu consegui escapar ilesa por muito tempo. Algumas vezes, estando a bala bem lisa e escorregadia em minha boca, ela sorrateiramente deslisava em direção a minha garganta mas eu sempre conseguia evitar o pior. Na verdade eu tinha medo pois ela era realmente muito escorregadia e sempre chupava com atenção redobrada. Mas o gosto da bala era tão bom que lá estava eu novamente com uma na boca. E depois de algum tempo fui me acostumando com o formato das balas e já sabia controlá-las muito bem. Infelizmente é quando você se sente mais confiante que os acidentes acontecem. Era uma bela tarde de sol (na verdade não lembro se era uma bela tarde de sol, mas assim fica mais poético) e eu brincava na sala da casa do meu avô. Minha mãe e minha avó também estavam lá (hoje tenho quase certeza que elas foram enviadas por Deus para estarem no lugar certo, na hora certa). Como sempre eu chupava uma bala Soft, ela era vermelha, sabor morango. De repente, numa fração de segundo, a bala escorregou goela abaixo. Primeiro foi o susto, em seguida o desespero. Minha mãe e minha avó perceberam o que estava acontecendo e começaram a tentar me desengasgar dando tapinhas nas minhas costas e mandando que eu cuspisse a bala. Não adiantou. Eu estava ficando sem ar e de repente o mundo ficou de ponta cabeça. Estaria eu desmaiando ou morrendo? Não. Num ato de desespero minha mãe me agarrou pelos tornozelos, segurou bem firme para que eu ficasse suspensa no ar de ponta cabeça e começou a me chacoalhar para cima e para abaixo. Após alguns segundos vendo o tapete ficar perto e longe, perto e longe, perto e longe, a bala finalmente saiu da minha garganta e caiu no chão. Foi a minha última experiência com aquelas balas.
Fico pensando se quem criou esta bala não pensou um dia em utilizá-la como arma de guerra.

18 janeiro 2008

I Am Legend



Ontem assisti à pré-estréia do filme I Am Legend com Will Smith no papel principal. Mas antes de tecer meus comentários a respeito do filme tenho que falar em como consegui assistir a esta pré-estréia.

Tarde de quinta-feira, recebo uma mensagem do meu namorado convidando-me para assistir à pré-estreia de I Am Legend - de graça pois ele havia ganho um convite que dava direito a um par de ingressos. Opa! Assistir a um filme em primeira mão e sem pagar nem um centavo é coisa que ninguém deixa passar. O filme começava às 21:30, então jantamos primeiro e lá por umas nove horas fomos dar uma olhada no movimento do cinema. Pensávamos (pobres mortais) que não haveria muita gente, mas qual não foi a surpresa ao ver que, faltando meia hora para o início da sessão, já havia se formado uma fila considerável. Lá fomos nós, pacientemente, esperar meia hora na fila. Pouco depois liberaram a entrada e a sala de cinema começou a encher, encher e encher. Todos os lugares já estavam ocupados, até aqueles acentos da primeira fila onde ninguém gosta de sentar, mas não parava de entrar gente. Ah! Todos que foram assistir ao filme tinham o convite e uma parte desses convites fora ditribuído por uma estação de rádio. Tinha carrinho de pipoca e refrigerante dentro da sala do cinema, teve sorteio de brinde da rádio, tinha gente já se ajeitando na escada mesmo pois não tinha mais poltrona, mas continuava a chegar gente. Os "organizadores" do evento viram que era bunda demais para pouca poltrona e resolveram liberar também uma outra sala para a exibição. E assim, após um atraso de meia hora, pude assistir ao filme.

Dica: cuidado com promoções de rádio e com pessoas generosas que lhe oferecem convites para cinema.

Ok, vamos ao filme.

Ele segue a linha Armagedon e Independence Day mas desta vez a ameaça de extinção não vem do espaço. Ao "descobrirem" a cura definitiva para o câncer, os cientistas na verdade condenam toda a raça humana à destruição através de um vírus modificado geneticamente e que é transmitido pelo ar. Muito mais próximo da realidade do que a invasão por marcianos já que todos nós somos testemunhas do que as ações humanas podem causar na natureza.

Você pode pensar "ah, essa história do mocinho que salva toda a humanidade eu já estou cansado de ver". Pode até ser, mas para mim, que não costumo ser fã de filmes catástrofes, a história é muito boa. Talvez o sucesso do filme deva-se à sua primeira meia hora. Você tem apenas uma idéia do que aconteceu e sente-se tão sozinho e perdido quanto o coronel Neville. O clima de suspense também é bastante intenso tanto que a todo momento tinha pelo menos uma pessoa pulando na poltrona no cinema. Não posso deixar de falar da fiel companheira de Neville, a simpática e dócil cadela Samantha (Sam para os íntimos). A relação entre ela e o coronel deixa o clima de tensão do filme um pouquinho mais suave e quando você se dá conta já está apaixonado pela Sam.

Robert Neville (Will Smith) is a brilliant scientist, but even he could not contain the terrible virus that was unstoppable, incurable...and manmade. Somehow immune, Neville is now the last human survivor in what is left of New York City...and maybe the world. But he is not alone. He is surrounded by “the Infected” - victims of the plague who have mutated into carnivorous beings who can only exist in the dark and who will devour or infect anyone or anything in their path. For three years, Neville has spent his days scavenging for food and supplies and faithfully sending out radio messages, desperate to find any other survivors who might be out there. All the while, the Infected lurk in the shadows, watching Neville’s every move, waiting for him to make a fatal mistake. Perhaps mankind’s last, best hope, Neville is driven by only one remaining mission: to find a way to reverse the effects of the virus using his own immune blood. But his blood is also what The Infected hunt, and Neville knows he is outnumbered and quickly running out of time.

16 janeiro 2008

O dia em que roubaram meu trono

"Meus oito anos

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!... "

Casimiro de Abreu

Se eu fosse escrever um poema sobre a minha infância, ao invés de "Meus oito anos" eu o chamaria de "Meus seis anos". Por quê? Pelo simples fato de que até os meus seis anos eu era a criança da casa, a dona da bola, a única soberana que reinava deslumbrante naquele reino chamado Lar. Tudo era meu: bandejas de Danoninho, barras de chocolate, pacotinhos de Cheetos... Tudo era para mim: brinquedos, mimos, passeios, festinhas de aniversário... Depois dos meus seis anos vieram meus irmãos e meus primos para pôr em risco o meu trono. Muitos devem estar pensando "nossa, que menina mais egoísta!", mas aqueles que são primogênitos concordarão comigo. O mundo nunca mais é o mesmo após o nascimento do seu primeiro, segundo, terceiro irmão. Não que isso seja ruim. É sempre bom ter irmãos, alguém com quem brincar e principalmente brigar. É sempre bom ter companhia. O problema é que, ao contrário dos filhos que se multiplicam, o danoninho e o chocolate não. Não existe mais o meu, agora tudo é nosso e será assim até a idade adulta. Minha mãe vive falando que quando a minha irmã nasceu eu fazia questão de não chegar perto. Não era por maldade (eu acho), nas eu tinha que defender meu território e mostrar àquele bebê com cara de joelho quem é que dava as ordens alí. A verdade é que, por mais que você faça birra e manha, um dia vai ter que se acostumar a dividir suas coisas e (tentar) viver em harmonia.

Os anos passaram, nasceu também meu irmão e acho que conseguimos superar nossas crises infantis. Atualmente só brigamos por coisas sérias como quem vai usar o computador ou comer a última fatia de bolo.

ps.: Para que não fiquem pensando mal de mim, esclareço que amo meus irmãos. Isso é só um desabafo pois a história do Danoninho me marcou profundamente.
Irmãzinha, não fique brava pela "cara de joelho" pois você era o joelho mais lindo do berçário.

15 janeiro 2008

Viagem animada

Poucas vezes andei de trem quando morava em São Paulo mas todas elas foram bem divertidas. Essa "diversão" era garantida pelos vendedores ambulantes que passeavam de vagão em vagão oferecendo seus produtos àquela distinta clientela. De chicletes à caixa de ferramentas, para comprar o que você queria não era nem preciso descer do trem. Está com fome? Lá vem o vendedor de salgadinhos. Muito calor? Que tal uma cerveja geladinha? Entediado com a viagem? Basta comprar um minigame para passar o tempo. Além de vendedores eles eram também equilibristas. Achava incrível como eles conseguiam trafegar de vagão em vagão carregando uma caixa de isopor cheia de latinhas de refrigerante sem segurar em nada e sem cair, só acompanhando o balanço do trem. Uma das viagens mais marcantes aconteceu num sábado de manhã. Peguei o trem na estação e eis que no canto do vagão, cercada por algumas pessoas estava uma dupla sertaneja, tudo bem que era uma dupla desconhecida - pelo menos para mim - mas não deixava de ser uma dupla sertaneja. De violão em punho e voz quase afinada os cantores alegravam a viagem cantando modas de viola. Juro que na hora não conseguia acreditar no que meus olhos viam e meus ouvidos ouviam mas era tudo verdade pois, no final do show, houve até aplausos.


Aqui em Curitiba nós não temos trem mas temos ônibus biarticulado. Confesso que já estava cansada de ver sempre as mesmas figuras:


-um cara que se recuperou do vício vendendo canetas para a instituição que trata de dependentes químicos.

- um deficiente auditivo vendendo aquelas cartelinhas com a linguagem de sinais.

- um homem com a foto de uma criança doente pedindo doações para ajudar na cirurgia.

- uma mulher de muletas (embora possa andar sem elas) pedindo doações para outra criança.

- a Maria Louca (ela é uma figura tão peculiar que merece uma post só para ela, então para quem ficou curioso, aguardem).


Mas Domingo tive uma surpresa. Peguei o ônibus para ir até o centro da cidade e no meio do caminho surgiram três peruanos para alegrar a viagem. Com uma flauta, um bandolim e um pandeiro começaram a tocar e cantar "la verdadera música de los andes". Eu adorei. Os outros passageiros também mas, como estamos em Curitiba, a maioria continuou fazendo cara de sério. Além da música, outra qualidade daquele trio era o equilíbrio e olha que os ônibus daqui chacoalham bem mais que os trens de São Paulo. Ao final da apresentação aplausos e uma "pequena contribuição para os artistas".

13 janeiro 2008

Sansara


A idéia original era que fosse Salem, mas para ser Salem teria que ser menino e com pêlos pretos (sabe gato preto de sexta-feira 13?) mas ao invés disso apareceu uma pequenina bola peluda com pêlo rajado e lindos olhos azuis. E menina. Como resistir àquele charme que têm todos os filhotes peludos? Ela tinha apenas dois meses quando veio morar aqui em casa. Será que aquele pinguinho de gente saberia defender-se de nossas duas cachorras?



Apesar de serem dóceis, Penélope e Cindy, seguindo a tradição canina, detestam gatos. Pois bem, Sansara teria que ser monitorada 24 horas por dia o que diga-se de passagem, não é uma tarefa difícil quando você adora gatinhos peludos e fica todo bobo só de ver eles bocejarem ou correrem atrás de um novelo de lã. As cachorras, é claro, não gostaram nada da idéia de terem mais uma moradora na casa, ainda mais sendo uma felina. Sempre que viam uma brecha corriam para cima da gatinha. No começo ficamos preocupados com essas tentativas de assassinato mas logo vimos que não era necessário. Primeiro porque a Sansara corria mais que elas e podia alcançar lugares altos e segundo porque, mesmo que ela fosse encurralada, ela tinha muitas garrinhas afiadas que poderiam defendê-la. A primeira a fazer o teste foi a Cindy. Encurralou a gatinha e saiu chorando após levar um arranhão no focinho. Foi necessária somente uma vez para que ela compreendesse que era melhor ser amiga da gatinha. Penélope, por sua vez, parece que nada aprendeu com o acidente da companheira e não sossegou enquanto não levou também um arranhão. Pronto, em pouco tempo Sansara havia conquistado seu espaço na casa e era comum ver as três brincando juntas.



Ela é a única que tem permissão para entrar em casa e faz isso pulando a janela ou miando na porta até alguém abrir. Se estamos distraídos ou ocupados, ela se aproveita da situação e tira longos cochilos em uma das camas mesmo sabendo que depois de descoberta levará uma bela bronca. Ela não é uma gata que gosta de ficar vadiando por aí. Prefere tirar longos cochilos num canto sossegado da casa mas, quando desaparece, podem apostar que está aprontando algo como brigar com algum gato na rua ou caçar passarinhos (pelas minhas contas ela já abateu uns quatro). Apesar desse seu lado serial killer ela é uma gatinha muito carinhosa e está sempre disposta a ganhar um cafuné. Posso dizer que a Sansara não só conquistou um lugar na casa como também um lugar em nossos corações.

12 janeiro 2008

Meu nome não é Johnny


“O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos (...)” Marguerite Yourcenar



Deixando o romance de lado, ontem fui assistir ao filme Meu nome não é Johnny. Filme brasileiro com Selton Mello no papel de João Estrella. Difícil de acreditar que uma pessoa mergulhada no vício e no tráfico de drogas possa reabilitar-se. Mas João Guilherme Estrella está aí para provar que isso é possível. Selton Mello tem uma ótima atuação e faz o público tanto rir como quase chorar.



Ele tinha tudo. Menos limite. João Guilherme Estrella era um típico jovem da classe média, que viveu intensamente sua juventude. Inteligente e simpático, era adorado pelos pais e popular entre os amigos. Com espírito aventureiro e boêmio, mergulhou em todas as loucuras permitidas. E também nas não permitidas. No início dos anos 90, se tornou o rei do tráfico de drogas da zona sul do Rio de Janeiro.
Investigado pela polícia, foi preso e seu nome chegou às capas dos jornais. Em vez de festas, passou a freqüentar o banco dos réus. Sua história revela sonhos e dramas comuns à toda juventude.
"Meu nome não é Johnny" é baseado em uma história real.


Fonte: http://www.meunomenaoejohnnyfilme.com.br/

06 janeiro 2008

P.S. I Love You


Minha primeira opção, quando vou aos cinemas, não são os romances. Antes vêm os desenhos, comédias, aventuras, dramas, comédias românticas e então...romances. Mas fiquei com vontade de assistir este filme, talvez porque não seja um romance clichê uma vez que o mocinho passa a maior parte de filme morto (não, não é um remake de Ghost). Fala do amor entre duas pessoas? Sim! Mas fala também de estar sozinho, de sentir-se sozinho e de enxergar que, mesmo sozinhos temos que continuar vivendo.


"Holly Kennedy (Hilary Swank) is beautiful, smart and married to the love of her life - a passionate, funny and impetuous Irishman named Gerry (Gerard Butler). So when Gerry's life is taken by a illness, it takes the life out of Holly. The only one who can help her is the person who is no longer there. Nobody knows Holly better than Gerry. So it's a good thing he planned ahead.


Before he died, Gerry wrote Holly a series of letters that will guide her not only through her grief but in rediscovering herself. The first message arrives on Holly's 30th birthday in the form of a cake and,to her otter shock, a tape recording from Gerry, who proceeds to order her to get out and "celebrate herself". In the weeks and months that follow, more letters from Gerry are delivered in surprising ways, each sending her on a new adventure and each signing off in the same way: P.S. I Love You.


Holly's mother (Kate Bates) and best friends, Denise (Lisa Kudrow) and Sharon (Gina Gershon), begin to worry that Gerry's letters are keeping Holly tied to the past, but, in fact, each letter is pushing her further into a new future.


With Gerry's word as her guide, Holly embarks on a touching, exciting and offen hilarious journey of rediscovery in a story about marriage, friendship and how a love so strong can turn the finality of death into a new beginning for life."



Fonte: http://psiloveyoumovie.warnerbros.com/