18 agosto 2010

Dia 3 - Destino: Buenos Aires - Medialunas, Casa Rosada e Galerias Pacífico


Para começar bem o dia e espantar o frio resolvemos tomar nosso café da manhã - o desayuno - no Frattempo - um restaurante-pizzaria que fica a meia quadra de distância de onde estávamos hospedados. 

Para quem for ficar na região da Pueyrredon, eu recomendo. A comida é muito boa e o atendimento também. Aproveitamos e pedimos uma das promoções de desayuno que estava estampada na porta: uma xícara de café com leite + um copo pequeno de suco de  laranja + três medialunas; tudo isso por 10 pesos (R$ 5,00). Se tem uma coisa que não se pode deixar de provar é a  medialuna, pode ser com ou sem recheio, não importa, coma quantas puder. A medialuna lembra um croissant só que é  deliciosamente doce e pode ser servida com ou sem recheio, fria ou tostada. Eu comi sem recheio, fria e também tostada  com recheio de queijo e presunto. Além do café-com-leite, do suco e das medialunas o garçon também nos trouxe um  pratinho com mini-churros açucarados. Uma delícia!



Saindo do restaurante aproveitamos para conhecer um pouco mais o bairro e fomos a pé até a El Ateneo Grand Splendid. Esta livraria está localizada onde antes era um velho cinema. O prédio foi reformado e hoje, se não me engano, ela é a segunda mais famosa livraria do mundo. Eu já considerava a Livraria Cultura do Conjunto Nacional uma coisa fora de série mas a El Ateneo roubou meu coração.


 Como estava ficando cada vez mais frio decidimos comprar mais blusas e fomos para o centro. Antes das compras, porém  tentamos visitar o prédio dos correios – uma construção gigantesca que ocupa uma quadra inteira – mas estava em  reforma. Então fomos andando até alcançar a Casa Rosada mas, como só abre para visitação nos fins de semana, ficamos  devendo uma visita para a dona Cristina. Seguimos pela Plaza de Mayo e chegamos até a Catedral Metropolitana. 

Casa Rosada

Plaza de Mayo

La Catedral Metropolitana

Dentro da Catedral
Saindo da Catedral rumamos para a famosa Calle Florida que se espalha por dez quarteirões exclusivos para pedestres. A Florida é uma das ruas comerciais mais movimentadas de Buenos Aires. Pense em uma rua do centro de São Paulo ou Rio de Janeiro e imagine a confusão: quiosques, ambulantes, apresentações de música, vendedores de show de tango e principalmente, muitos, mas muitos brasileiros. Para vocês terem uma ideia, até uma das moças que estava anunciando um show de tango era brasileira.

Saímos da confusão da Florida e caímos na aglomeração da Galerías Pacífico. Ela é chamada de galeria mas lembra muito mais um shopping com lojas de marcas famosas e praça de alimentação. Como já era tarde resolvemos almoçar por lá. Péssima idéia. Escolhemos um restaurante que servia basicamente carne - diversos tipos de corte - e, apesar da carne ser bem macia, a quantidade não satisfez e o preço era salgado.
Ainda na Galerias Pacífico fica o Centro Cultural Borges onde são realizadas exposições de fotografia, escultura e pintura bem como apresentações teatrais para adultos e crianças.

Como os preços não estavam muito convidativos fomos até as Lojas Falabella, uma espécie de loja de departamentos bem famosa por lá. Na própria Calle Florida há três filiais da loja, uma de produtos femininos, outra de produtos masculinos e a terceira somente com artigos de decoração. Arrematamos duas blusas de frio para os rapazes e como já passava das oito da noite pegamos o metrô e voltamos para o apartamento. 

Dica preciosa: Se você não quer tumulto e principalmente, não quer encontrar um monte de brasileiros fuja de lugares como a Calle Florida. Agora, se você curte uma muvuca, aquele é o lugar certo.

E o melhor e o pior do dia vai para...

Thumbs up  As medialunas da Frattempo.

Angry  O almoço nas Galerias Pacífico.


12 agosto 2010

Gripe



As postagens sobre minhas férias em Buenos Aires estão atrasadas devido ao início das aulas na faculdade (o semestre promete ser bem cansativo), ao frio que chegou em Curitiba sem ter dia certo para partir mas, principalmente, a uma gripe que resolveu aparecer de última hora.

Mas não se preocupem pois até o final da semana um post com o relato do Dia 3 estará no ar.
Até lá, muito agasalho e chá de limão.

04 agosto 2010

Destino: Buenos Aires - Dia 2: Metrô, Starbucks e outlets

Depois de uma boa noite de sono estávamos prontos para outra. Por mim acordaria cedo, tomaria café e já sairia para a rua, mas em BsAs as coisas acontecem em um ritmo diferente. Primeiro que o sol só dava as caras depois das sete e meia da manhã, as lojas só começam a abrir depois das dez e muitas atrações turísticas ficam fechadas de segunda e terça-feira. Outro detalhe importante era o frio e foi isso o que fez com que saíssemos de casa à procura de roupas de inverno. Aliás, nunca saia sem conferir na tv qual é a sensação térmica. As emissoras de tv de lá sempre estampam na tela a temperatura e a sensação térmica (identificada pela sigla ST). A partir da ST é que decidíamos o quanto de roupa vestiríamos naquele dia e a quantidade era sempre inversamente proporcional à temperatura.

Conferindo a ST na Crônica TV - quase oito da manhã e la térmica estava abaixo de zero
A região de outlets fica em Palermo, mas antes de chegar até lá fomos conhecer o Shopping Abasto e realizar uma pesquisa de preços.

"O maior shopping da cidade já foi um importante mercado municipal, de frutas de verduras, erguido no fim do século 19. Remodelado em 1934, ajudou a fazer florescer o tango. Gardel era um dos que frequentavam o lugar.(...) Há um monumento a ele em frente ao shopping. Entre outros detalhes, mantém as abóbodas e os grandes vãos livres. É lindo. (...)" - Guia O melhor de Buenos Aires - Editora Abril

As abóbodas do Shopping Abasto
Realmente o Abasto chama a atenção. Além da bela arquitetura possui 12 salas de cinema (espalhadas por 3 andares!), o Museo de los niños (um museu feito especialmente para as crianças) e uma loja da Starbucks. Como essa franquia ainda não chegou aqui em Curitiba é claro que fui lá conferir se o café é tão bom quanto a fama da marca. E não é que é bom mesmo! (detalhe: eu não gosto de café). 

Não era bem café mas valeu mesmo assim.
Já esse aqui era café mesmo.
Outra vantagem do Abasto é que existe uma saída do metrô que vai dar direto dentro do shopping. Aliás, andar de metrô (lá chamado de Subte) por BsAs é muito útil pois as estações ficam próximas a quase todas as atrações turísticas. As linhas são identificadas por cores e por letras e é possível fazer conexão entre uma linha e outra. Além disso é rápido - não ficamos esperando na estação por mais de cinco minutos - e barato, 1,10 pesos, menos de sessenta centavos de real! Na bilheteria é possível comprar bilhetes com 1, 2, 5 ou 10 passagens. E é claro que, como em qualquer outra grande cidade, é aconselhável evitar a hora do rush.

Filas no Subte na hora do "rush"

Subte - Estación Carlos Gardel

Deixando o Abasto pegamos o Subte e rumamos para Palermo. A região dos outlets fica concentrada basicamente ao redor do cruzamento da Calle Aguirre com a Calle Gurruchaga e ao longo da Avenida Córdoba. Estando lá é só escolher desde Puma e Nike passando por Brooksfield e La Coste até Christian Dior e Yves Saint Laurent. A lista de outlets tanto de marcas internacionais quanto nacionais é imensa e os preços são realmente mais em conta. 
Essa parte de Palermo pode ser tanto um paraíso de compras como pode transformar-se em perdição para os consumistas de plantão, especialmente aqueles que tem uma quedinha por roupas de grife. Mas se você sempre sonhou em ter uma roupa de determinada marca e nunca pode por falta de verba, lá é o lugar certo para realizar seu sonho de consumo. Mas veja bem, os preços das marcas famosas não são uma pechincha, para mim continuam caros, mas o que é caro-inatingível para você aqui no Brasil pode tornar-se um caro-mais-tolerável lá em BsAs.

Com apenas dez minutos de caminhada pela Córdoba percebemos que a região havia sido tomada por brasileiros atrás de ofertas. Nas ruas e nas lojas ouvíamos mais português do que castelhano. Comprovação de que realmente está todo mundo querendo aproveitar a valorização do real perante o peso.

Já estava começando a escurecer quando nos demos conta de que não havíamos passado por uma determinada loja (lembram do que eu falei sobre pessoas com quedinha por roupas de grife?) e começamos a procurar em algumas ruas mais afastadas. Como estava difícil de achar a tal loja fomos pedir informação. Pedimos ajuda para três pessoas diferentes e cada uma delas nos mandava para um lugar distinto. O relógio já marcava quase oito da noite quando decidimos parar de andar em círculos e, antes que fossêmos assaltados pois as ruas estavam ficando cada vez mais desertas, decidimos ir embora. 

Para o jantar saboreamos uma pizza deliciosa no Frattempo, a apenas meia quadra do apartamento, na Pueyrredon, 1907.

Uma das melhores pizzas que já comi.


Dica preciosa: se for aos outlets calce um sapato confortável e separe somente um dia (inteiro se possível) para isso, caso contrário você se empolga e acaba deixando outros passeios legais de lado.

E o melhor e o pior do dia vai para...

Thumbs up  A pizza da Frattempo.

Angry  Ficar feito barata tonta atrás de uma loja à noite correndo o risco de ser assaltado.

02 agosto 2010

Destino: Buenos Aires

Dia 1 - Filas, final da Copa do Mundo e comprovação da Lei de Murph

Onze de Julho, final da Copa do Mundo. Nosso itinerário era Curitiba - Porto Alegre - Buenos Aires. O voo saiu no horário previsto, 10:00 da manhã, e, se tudo corresse bem, chegaríamos no apartamento a tempo de assistir ao jogo. Como o horário previsto para chegada no aeroporto de Ezeiza era as 14:00 agendamos nossa chegada ao apartamento para as 15:30. Um funcionário da empresa que fez a locação do imóvel estaria nos aguardando no local para entregar as chaves e receber o valor do aluguel. Para facilitar as coisas também havia contratado um carro para nos levar do aeroporto até o apartamento. Como tínhamos horário marcado não podíamos perder tempo. Mas Murph é nosso amigo...

Já estávamos em Porto Alegre, dentro do avião, quando o comandante resolveu dar boas vindas aos passageiros e informar que, devido a um congestionamento no espaço aéreo do Uruguai (ou algo assim) teríamos que aguardar 40 minutos na pista até que a decolagem fosse autorizada. E o pior é nem dava para avisar a pessoa que estava nos aguardando em BsAs.
O avião pousou em Ezeiza com uns 40 ou 50 minutos de atraso, se fôssemos rápidos ainda daria para chegar   ao apartamento dentro do prazo. Mas todo esse pensamento positivo foi por água abaixo ao nos depararmos  com a fila na imigração, a fila para pegar a bagagem e a fila para sair da área de desembarque. Havíamos levado dólares para pagar o apartamento mas precisávamos de pesos para pagar o carro e eu ainda precisava dar um jeito de avisar que chegaríamos atrasados em BsAs. A primeira alternativa seria trocar os dólares por pesos na agência do Banco de La Nación que funciona dentro do aeroporto. Mas adivinhem se não tinha fila lá? A segunda alternativa era sacar pesos diretamente em um caixa eletrônico usando um cartão de débito que a moça do banco, aqui no Brasil, garantiu que estaria desbloqueado para saques. Mas ao invés de pesos o que recebemos foi uma mensagem informando que tal operação estava bloqueada. Resolvemos então ir até o balcão da locadora de veículos tentar fazer o pagamento em dólares mesmo. Felizmente eles aceitaram e ainda ligaram para o apartamento avisando que estávamos atrasados. Nisso apareceu um rapazote de nome Leandro que nos acompanhou até o carro. O engraçado foi que, depois de devidamente instalados no veículo e prontos para partir, o rapaz postou-se ao lado da porta do carro, olhando para meu namorado com a mão estendida - haviámos esquecido da propina (Não me entendam mal, lá "gorjeta" é chamada de "propina"). Para nossa sorte tínhamos alguns pesos dados como troco no free-shop.

Ufa! Finalmente estávamos a caminho. Enquanto olhava a paisagem, ouvia a narração da final da Copa do Mundo no rádio do carro abafada vez por outra pelo sotaque carregado do nosso chofer - o simpático Florentim - que nos dava dicas de passeios, informava qual era a rede de supermercado mais barateira e já avisava que a Recoleta era um bairro muito bonito, porém um pouco mais caro que os demais. 

Olha, pode até ser mais caro, mas que é bonito pra caramba, disso eu não tenho dúvidas. Ao entrarmos no bairro entendi porque muitas pessoas recomendam a Recoleta para hospedagem: as ruas e avenidas principais são largas e bem arborizadas, além de limpas; há pelo menos dois cafés em cada quarterão e as construções são um show à parte. Tem desde prédios grandes e modernos onde funcionam os chamados sanatórios (para nós hospitais) que mais parecem hotéis até construções bem antigas com a arquitetura bem datada, e muito bem conservadas. Mas, o que mais me chamou a atenção foram os prédios residenciais (na Recoleta quase não existem casas ou construções de um só nível) quase todos de seis a oito andares e todos, não importando se tivessem uma fachada larga ou uma bem limitada, têm pelo menos um balcão, o que dá um ar todo romântico ao local. E mesmo com a arquitetura das fachadas variando de prédio para prédio o fato das construções serem quase todas da mesma altura garante uma visão harmônica.

Avenida Pueyrredon com Peña - Recoleta


Quando dei por mim já estávamos em frente ao prédio onde iríamos "morar" pelos próximo dez dias. Combinamos com o senhor Florentin de ele vir nos pegar no dia do nosso retorno e caminhamos até a porta do edifício. Alí, ao lado da campainha, estava um bilhete endereçado a mim. O tal bilhete informava que Jorge - o funcionário da empresa que aluga os apartamentos - havia nos aguardado das 15:30 às 16:30 mas teve que ir a outro local atender outro check in e pedia que ligássemos para um determinado número de telefone a fim de remarcar um horário para a entrega das chaves. Sabe que horas eram? 16:35. Por apenas cinco minutos havíamos nos desencontrado. Resumindo: eu estava cansada, com fome e na rua.

Com os pesos que nos restavam compramos um chip para celular mais alguns créditos para ligar para o Jorge e... o celular não funcionou! (o maldito chip só foi ativado três horas depois). Também não tínhamos moedas para ligar do telefone público e quando eu estava quase perdendo as esperanças a simpática dona da banca de revistas que fica em frente ao prédio (beijo dona Marta!), e que estava acompanhando todo nosso drama, se apiedou da nossa situação (ou percebeu que poderíamos espantar seu clientes, sei lá) e nos emprestou seu celular. Ligação feita, dalí meia hora o Jorge estaria ali novamente. Resolvemos então gastar essa meia hora dentro de um café que ficava na mesma quadra, comendo medialunas e assistindo à final da Copa. 

Para encurtar esse longo post devo informar que tudo acabou bem e terminamos nosso Domingo comendo o chocolate comprado no free-shop e assistindo ao Homer Simpson (ou Homero como é conhecido por lá) na tevê a cabo.

Dica preciosa: mesmo que dê trabalho e que o câmbio não esteja favorável LEVE PESOS do Brasil e não confie que seu cartão vai funcionar no caixa eletrônico do aeroporto, em pleno Domingo. 

E o melhor e o pior do dia vai para...

Thumbs up  O primeiro contato com Buenos Aires; a simpatia do senhor Florentim e a ajuda da dona Marta.


Angry  Chegar em Buenos Aires sem nenhum peso.