24 julho 2007

A menina que roubava livros


Antigamente, quando eu tinha mais tempo e não era tão exigente (ou nada exigente), eu lia muito, muito mesmo. Infelizmente o trabalho, a faculdade, a internet, entre outros, foram fazendo com que eu lesse menos. Não sei dizer se isso é de todo ruim pois, tendo menos tempo para ler eu acabo lendo melhor, dando mais valor à história que está passando na frente dos meu olhos, traduzida na forma de palavras. Foi assim com O caçador de pipas, tinha que lê-lo por obrigação mas não foi sacrifício nenhum acompanhar a vida daqueles dois meninos nas ruas de Cabul. A história é tocante e isso virou, de certa forma, um pré requisito para mim. Só quero ler livros que me transmitam um significado maior, que ultrapasse as barreiras das suas páginas. Achei que levaria algum tempo até encontrar um livro que me emocionasse como O caçador de pipas até que li A menina que roubava livros. A história é verdadeira, nada de contos de fada, nada de reviravoltas mirabolantes, é simplesmente uma ótima história que consegue cativar quem a lê. Se olharmos a história de Liesel, a corajosa menina alemã, como um todo, veremos que ela não é nem um pouco feliz, na verdade é trágica mas é isso que a faz especial. Numa Alemanha dominada pelo nazismo onde todos temem o dia de amanhã, a menina se permite viver. Liesel mostra o que todos nós estamos cansados de saber: viva o dia do hoje, ele pode ser bom, ser ruim mas é o dia de hoje e tudo o que você vai carregar dele são suas lembranças, o cheiro de tinta misturado com cigarro e o som de um acordeon.

20 julho 2007

Passeios - Bosque Alemão




Oratório de Bach - réplica de uma igreja presbiteriana de estilo neogótico que existiu no bairro do Seminário- que abriga uma sala de concertos.



Interior do Oratório - sala de concertos.



Caminho dos Contos - uma trilha no interior do bosque que conduz o visitante à outra extremidade no ponto mais baixo do terreno.






No meio do percurso, que conta a história de "João e Maria" dos irmãos Grimm através de painéis de azulejo, situa-se uma biblioteca denominada Casa da Bruxa (ou Casa de Contos), que é um espaço reservado para desenvolver o interesse pela leitura no público infantil. Diariamente, dezenas de crianças visitam o espaço e participam da "Hora do Conto", onde bruxas e fadas fazem uma leitura teatralizada de contos infantis.




A Bruxa em sua intimidade.





O Gato da Bruxa




Ao final da trilha, chega-se ao pórtico que reconstitui o frontão da Casa Milla que, construída no início do século na Rua Barão do Serro Azul, representa um dos principais exemplares da arquitetura da imigração alemã. A varanda utilizada na réplica é a original.



A paisagem.

Fotos: by warghost.

Fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br/Servicos/MeioAmbiente/areas_verdes/parques_bosques/bosque_alemao.htm

19 julho 2007

Maratona de filmes

Julho, frio, férias escolares e um monte de filme lançado quase ao mesmo tempo. Vejamos, SE eu não trabalhasse o dia todo, SE o cinema não fosse tão caro e SE as salas de cinema não estivessem tão cheias acho que minha vida seria um pouquinho mais fácil. Enfim, apesar de todos os obstáculos, consegui bater ponto em alguns dos principais lançamentos:




Homem-aranha 3 - também pode ser chamado de "O dia em que o Peter Parker assumiu seu lado EMO".








Piratas do Caribe - No Fim do Mundo - Tá certo que o Orlando Bloom é bonito mas eu escolheria o Capitão Jack Sparrow (suspiros).










Shrek Terceiro - Dispensa comentários. Quem imaginou que um Ogro poderia ser tão, tão, tão Ogro e divertido?






O Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado - Um surfista ET que quer destruir a Terra. Sem preconceitos pessoal! Não tiveram infância?


Ufa! E não acaba aqui. Domingo que vem tem mais.

03 julho 2007

War of the Worlds


Como estou de férias da faculdade, ontem à noite resolvi assistir a um filme. Minhas opções : X – Men 3, Super Man ou Guerra dos Mundos. Eu jáhavia assistido aos dois primeiros (filmes de super-heróis para quem tem filho são programas certos. O próximo da lista será O Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado) então restou Guerra dos Mundos (War of the Worlds –EUA 2005). Devo confessar que nunca tinha ouvido falar desse filme, ou se ouvi, não lembro.
O filme é dirigido por Steven Spielberg e tem Tom Cruise no papel principal. Ray Ferrier (Tom Cruise) é um homem divorciado que trabalha nas docas. Ele não se sente à vontade no papel de pai, mas precisa cuidar de seus filhos, Robbie (Justin Chatwin) e Rachel (Dakota Fanning), quando eles lhe fazem uma de suas raras visitas. Pouco após eles chegarem Ray presencia um evento que mudará para sempre sua vida: o surgimento de uma gigantesca máquina de guerra, que emerge do chão e incinera tudo o que encontra. Trata-se do primeiro golpe de um devastador ataque alienígena à Terra, que faz com que Ray pegue seus filhos e tente protegê-los, levando-os o mais longe possível das armas extra-terrestres.
Tá bom, eu confesso, fiquei com medo. Mas também, só de imaginar uma máquina daquelas indo atrás de você para te pulverizar com um laser, quem não ficaria? Pensando bem, se fosse para ficar depois perambulando sem rumo, sem comida, sozinha e correndo o risco de ser atacada por um louco qualquer, acho que eu preferiria ser pulverizada. O laser era tão potente que em um segundo não existia mais nada. Uma das piores partes é quando o pai e os dois filhos estão tentando chegar até Boston de carro. Detalhe: o carro em que eles estão é o único que funciona pois os tais alienígenas conseguiram fazer com que tudo parasse. Quando as pessoas que estão tentando fugir a pé, todas já perturbadas com tudo o que está acontecendo, veêm o carro, partem para cima deles e eles são arrancados à força, quer dizer, menos a Rachel, a filha, que parece estar com o traseiro pregado no banco e não pula para fora do carro. Aliás lembrando dela, ô menininha que grita! Tudo bem que a situação não era das melhores mas será que precisava gritar tanto?
Mas o que chamou minha atenção para esta história foi o que eu descobri hoje de manhã consultando o Oráculo. Este filme é uma adaptação do livro A Guerra dos Mundos escrito por Herbert George Wells. Esta história também foi usada por Orson Welles em seu programa de rádio. Às oito horas da noite de dia das bruxas, em 30 de outubro de 1938, Orson Welles começou a transmitir uma dramatização de "A Guerra dos Mundos" de H.G. Wells pela estação de rádio CBS. Por uma hora, ingênuos trechos de música seriam interrompidos por flashes realísticos de radialistas cada vez mais desesperados à medida que iam descobrindo e relatando que explosões em Marte e meteoritos caindo na Terra eram na verdade uma invasão alienígena em pleno curso capaz de vaporizar nossas melhores defesas com 'raios de calor'. Sete mil homens marcharam contra uma única máquina de guerra marciana, pouco mais de uma centena de sobreviventes sobraram na trágica batalha em Grovers Mill, Nova Jérsei. O nosso mundo estava sendo aniquilado, e essa era a travessura de Halloween de Welles.
E o que esta travessura causou? Milhares de pessoas que sintonizaram um pouco depois do início do programa não ficaram sabendo que tudo não passava de dramatização e entraram e desespero acreditando que realmente a terra estava sendo atacada por marcianos. Eram pessoas fugindo para lugar nenhum, lotando as estradas ou então se escondendo em celeiros. Algumas mais corajosas pegavam em armas e saíam à caça dos marcianos. Às nove horas o programa terminava e Welles confortava o público assegurando que o mundo não havia acabado e que tudo havia sido uma brincadeira de Halloween. "... Nós não podíamos ensaboar suas janelas e roubar os portões de seus jardins até o amanhecer ... então fizemos o melhor que podíamos. Aniquilamos o mundo frente a seus ouvidos ...". Quem acreditou na brincadeira ficou indignado e houve pressão para que Welles fosse punido.
Será que hoje também agiríamos da mesma forma? Naquela época o meio de comunicação mais difundido era o rádio e não existia transmissão via satélite nem internet. As pessoas desavisadas ouviam uma parte da história e saíam gritando para os vizinhos que a Terra estava sendo invadida. Eles acreditavam, talvez porque não existisse a Rede Globo (só para citar a principal) e seus BBB’s para nos mostrar que tudo pode ser manipulado e nem o Fotoshop para nos provar que nem tudo que você vê é verdade. Embora hoje pareça ser mais difícil cair numa esparrela dessas, pelo número de informação a que temos acesso, duvido que se você ouvisse o William Bonner anunciando no Jornal Nacional que a terra está sendo invadida você não estocaria o máximo de comida que pudesse e faria barricadas em frente à sua casa.