02 agosto 2010

Destino: Buenos Aires

Dia 1 - Filas, final da Copa do Mundo e comprovação da Lei de Murph

Onze de Julho, final da Copa do Mundo. Nosso itinerário era Curitiba - Porto Alegre - Buenos Aires. O voo saiu no horário previsto, 10:00 da manhã, e, se tudo corresse bem, chegaríamos no apartamento a tempo de assistir ao jogo. Como o horário previsto para chegada no aeroporto de Ezeiza era as 14:00 agendamos nossa chegada ao apartamento para as 15:30. Um funcionário da empresa que fez a locação do imóvel estaria nos aguardando no local para entregar as chaves e receber o valor do aluguel. Para facilitar as coisas também havia contratado um carro para nos levar do aeroporto até o apartamento. Como tínhamos horário marcado não podíamos perder tempo. Mas Murph é nosso amigo...

Já estávamos em Porto Alegre, dentro do avião, quando o comandante resolveu dar boas vindas aos passageiros e informar que, devido a um congestionamento no espaço aéreo do Uruguai (ou algo assim) teríamos que aguardar 40 minutos na pista até que a decolagem fosse autorizada. E o pior é nem dava para avisar a pessoa que estava nos aguardando em BsAs.
O avião pousou em Ezeiza com uns 40 ou 50 minutos de atraso, se fôssemos rápidos ainda daria para chegar   ao apartamento dentro do prazo. Mas todo esse pensamento positivo foi por água abaixo ao nos depararmos  com a fila na imigração, a fila para pegar a bagagem e a fila para sair da área de desembarque. Havíamos levado dólares para pagar o apartamento mas precisávamos de pesos para pagar o carro e eu ainda precisava dar um jeito de avisar que chegaríamos atrasados em BsAs. A primeira alternativa seria trocar os dólares por pesos na agência do Banco de La Nación que funciona dentro do aeroporto. Mas adivinhem se não tinha fila lá? A segunda alternativa era sacar pesos diretamente em um caixa eletrônico usando um cartão de débito que a moça do banco, aqui no Brasil, garantiu que estaria desbloqueado para saques. Mas ao invés de pesos o que recebemos foi uma mensagem informando que tal operação estava bloqueada. Resolvemos então ir até o balcão da locadora de veículos tentar fazer o pagamento em dólares mesmo. Felizmente eles aceitaram e ainda ligaram para o apartamento avisando que estávamos atrasados. Nisso apareceu um rapazote de nome Leandro que nos acompanhou até o carro. O engraçado foi que, depois de devidamente instalados no veículo e prontos para partir, o rapaz postou-se ao lado da porta do carro, olhando para meu namorado com a mão estendida - haviámos esquecido da propina (Não me entendam mal, lá "gorjeta" é chamada de "propina"). Para nossa sorte tínhamos alguns pesos dados como troco no free-shop.

Ufa! Finalmente estávamos a caminho. Enquanto olhava a paisagem, ouvia a narração da final da Copa do Mundo no rádio do carro abafada vez por outra pelo sotaque carregado do nosso chofer - o simpático Florentim - que nos dava dicas de passeios, informava qual era a rede de supermercado mais barateira e já avisava que a Recoleta era um bairro muito bonito, porém um pouco mais caro que os demais. 

Olha, pode até ser mais caro, mas que é bonito pra caramba, disso eu não tenho dúvidas. Ao entrarmos no bairro entendi porque muitas pessoas recomendam a Recoleta para hospedagem: as ruas e avenidas principais são largas e bem arborizadas, além de limpas; há pelo menos dois cafés em cada quarterão e as construções são um show à parte. Tem desde prédios grandes e modernos onde funcionam os chamados sanatórios (para nós hospitais) que mais parecem hotéis até construções bem antigas com a arquitetura bem datada, e muito bem conservadas. Mas, o que mais me chamou a atenção foram os prédios residenciais (na Recoleta quase não existem casas ou construções de um só nível) quase todos de seis a oito andares e todos, não importando se tivessem uma fachada larga ou uma bem limitada, têm pelo menos um balcão, o que dá um ar todo romântico ao local. E mesmo com a arquitetura das fachadas variando de prédio para prédio o fato das construções serem quase todas da mesma altura garante uma visão harmônica.

Avenida Pueyrredon com Peña - Recoleta


Quando dei por mim já estávamos em frente ao prédio onde iríamos "morar" pelos próximo dez dias. Combinamos com o senhor Florentin de ele vir nos pegar no dia do nosso retorno e caminhamos até a porta do edifício. Alí, ao lado da campainha, estava um bilhete endereçado a mim. O tal bilhete informava que Jorge - o funcionário da empresa que aluga os apartamentos - havia nos aguardado das 15:30 às 16:30 mas teve que ir a outro local atender outro check in e pedia que ligássemos para um determinado número de telefone a fim de remarcar um horário para a entrega das chaves. Sabe que horas eram? 16:35. Por apenas cinco minutos havíamos nos desencontrado. Resumindo: eu estava cansada, com fome e na rua.

Com os pesos que nos restavam compramos um chip para celular mais alguns créditos para ligar para o Jorge e... o celular não funcionou! (o maldito chip só foi ativado três horas depois). Também não tínhamos moedas para ligar do telefone público e quando eu estava quase perdendo as esperanças a simpática dona da banca de revistas que fica em frente ao prédio (beijo dona Marta!), e que estava acompanhando todo nosso drama, se apiedou da nossa situação (ou percebeu que poderíamos espantar seu clientes, sei lá) e nos emprestou seu celular. Ligação feita, dalí meia hora o Jorge estaria ali novamente. Resolvemos então gastar essa meia hora dentro de um café que ficava na mesma quadra, comendo medialunas e assistindo à final da Copa. 

Para encurtar esse longo post devo informar que tudo acabou bem e terminamos nosso Domingo comendo o chocolate comprado no free-shop e assistindo ao Homer Simpson (ou Homero como é conhecido por lá) na tevê a cabo.

Dica preciosa: mesmo que dê trabalho e que o câmbio não esteja favorável LEVE PESOS do Brasil e não confie que seu cartão vai funcionar no caixa eletrônico do aeroporto, em pleno Domingo. 

E o melhor e o pior do dia vai para...

Thumbs up  O primeiro contato com Buenos Aires; a simpatia do senhor Florentim e a ajuda da dona Marta.


Angry  Chegar em Buenos Aires sem nenhum peso.

3 comentários:

Carlinha disse...

Olá ! Gostei do seus comentários..pretendo viajar para BsAs estou muito empolgada ! tbém gostei deste ap que vc alugou está entre minhas opções ..o que vc achou da localização? é muito barulhento ? Meus pais vão junto, eles gostam de andar mas já tem 70 anos?? boa sorte !!abraços
Carla - SP

Kátia disse...

Oi Carla, tudo bem? A localização é muito boa. Na mesma quadra do apartamento tem uma loja do Freddo, três cafés (um
deles é o Havana), um restaurante-pizzaria que fica aberto das 07:00 às 23:00 e serve café da manhã, além de uma loja
que vende massas prontas ou para cozinhar em casa, uma loja de vinhos, uma banca de revistas e dois kioscos (kiosco é
como são chamadas as lojinhas de conveniência que ficam abertas dia e noite e vendem desde água até chip para celular).
Ainda na mesma quadra, apenas dobrando a esquina, tem um supermercado grande, o Coto e a duas ou três quadras de
distância tem uma lanchonete do McDonalds. Tem uma linha de ônibus que passa em frente e a estação de metrô mais próxima
fica a algumas quadras na Avenida Santa Fé. Na própria Santa Fé e nas ruas próximas tem um pouco mais do que eu já
citei além de bancos, lojas de roupas, calçados, livrarias e até salas de cinema. Resumindo, você não terá que andar
muito para achar o que precisa. Ah, e também fica pertinho do Cemitério da Recoleta onde Evita Perón está enterrada.
Quanto ao barulho, a Pueyrredon é uma rua movimentada mas bem menos que a região da Corrientes por exemplo. A sacada do
apartamento é virada para a rua mas só ouvíamos o barulho dos carros se deixássemos o vidro da janela aberto e o bom é
que ficamos no oitavo andar. Durante a noite, com a janela fechada não se ouve praticamente nada da rua.

Buenos Aires é uma cidade para ser explorada a pé (tudo lá é plano, não lembro de ter encarado nenhuma subida nas
minhas andanças) e já que seus pais gostam de andar, melhor ainda. Você só tem que prestar atenção às distância pois,
olhando no mapa tudo parece mais perto do que realmente é. Quando for para um lugar mais longe pode optar por ônibus
ou metrô. Aprender a andar de ônibus não é difícil e de metrô é ainda mais fácil. Pra você ter uma idéia nunca ficamos
mais de 10 minutos aguardando o ônibus, não importava qual era a hora do dia, e nem 5 minutos aguardando o metrô. É só
evitar a hora do rush. E ainda tem os táxis cujo preço é bem mais em conta que aqui no Brasil. Dá pra usar sem medo de
gastar muito.

Acho que é isso Carla. Com certeza você não vai se arrepender. Nos próximos dias continuarei postando sobre minhas
férias em terras argentinas.

Abraços!

Kátia

Carlinha disse...

Oi Kátia ! agradeço pelas super dicas !! vejo que pelas opções gastronomicas, vamos andar muito para gastar todas estas calorias ! rsss ! Felicidades ! Carla ( Obs: quando voltar deixo as minhas impressões )