31 dezembro 2008

Ano Novo

Pois é, o  Ano Novo taí e as pessoas correm fazer listas e promessas para a nova etapa que se inicia. É claro que tudo é válido para que se possa viver um ano melhor, mas não devemos esquecer que este novo ano deve partir de dentro de nós, que nós é que devemos nos renovar e realmente acreditar que quem faz o regime dar certo, quem consegue parar de fumar, consegue um aumento de salário ou encontra um novo amor não é 2009 e sim nós mesmos.

Façamos então um Feliz Ano Novo!

10 dezembro 2008

Dia triste

Hoje é um dia triste. O pai de uma amiga muito querida faleceu. Não gosto de falar sobre tristezas pois já bastam as que meus olhos vêem e as que carrego dentro de mim, mas essa notícia, assim, de repente, me fez ficar com um peso no peito. Não há a coisa certa a dizer nesta hora, a perda de alguém amado cessa toda linguagem possível. Isso não é uma homenagem, não é um consolo, são só poucas palavras para dizer que hoje senti o verdadeiro significado de compartilhar a dor alheia.

04 dezembro 2008

Meme quatro coisas sobre mim

Meme encaminhado pela Anita por email que a Cami respondeu no blog e eu responderei aqui:


Quatro lugares em que vivi:

- Santo André
- Curitiba
- Araras
- Curitiba again

Programas de TV que eu assistia quando criança:

- Sítio do Pica-Pau Amarelo (morria de medo da Cuca)
- Bambalalão - o melhor programa infantil de todos os tempos
- Rá-Tim-Bum
- Show da Xuxa - pois é...

Programas de Tv que assisto:

- CQC

Formas diferentes que me chamam:

- Ká
- Kátia Re
- Mãe
- Amor (às vezes amorzinho podendo chegar a um sonoro "monstro")

Quatro pessoas que me mandam emails quase todos os dias:

- Camila
- Amália
- Cris
- Anita

Quatro comidas favoritas:

- Pizza do Baba Salim
- Salmão
- Yakisoba
- Quibe crú + coalhada + pão sírio

Quatro lugares que eu desejaria estar agora:

- São Paulo
- Dublin
- Na cama dormindo
- Senai em 1992

Quatro amigos que creio que responderão:

- Há vagas
- Há vagas
- Há vagas
- Há vagas

Desejo que este ano (2009) eu possa:

- Ir melhor na faculdade
- Sentir menos sono
- Passar mais tempo com o filhote
- Jantar em lugares legais

Quem quiser responder sinta-se à vontade. Só deixe um recado para eu poder dar um olhada.

16 novembro 2008

Não faltava mais nada


Um belo dia dividi meu espaço no ônibus com uma galinha (aquelas que têm penas e botam ovos) e escrevi um post dizendo que agora não falta mais nada. Engano meu. Às vezes eu esqueço que moro em Curitiba, a capital ecológica onde tudo pode acontecer. No centro da cidade temos o famoso calçadão onde podemos encontrar: palhaços tentando vender bonequinhos feitos de balão (para alegria das crianças e desespero dos pais), ciganas querendo ler sua sorte (!?), grupos musicais, duplas sertanejas, dançarinos de tango, estátuas vivas, pastores evangélicos gritando em megafones tentando converter os transeuntes, "poetas" tentando te empurrar um livrinho muito do vagabundo de autoria própria, pedintes e desocupados em geral. Não bastasse essa rica fauna esta semana estava indo para faculdade quando olhei para o lado e vi um homem levando um rato em uma coleira. Pisquei, balancei a cabeça e olhei de novo. Sim, era um rato em uma coleira, e era de verdade! Era tipo um hamister, só que um pouco mais desenvolvido.

Não, não vou falar que agora não falta mais nada. Sabe-se lá o que encontrarei amanhã.

ps.: Ah! Também já vi uma mulher segurando uma faca enorme e correndo atrás de um cara em pleno calçadão.


Imagem: finissimo.com.br

12 novembro 2008

A um passo

Estou a um passo. O simples movimento de levar um pé a frente do outro e pronto, o passo está dado. Mas é tão difícil. Dar este passo significa entrar no desconhecido, deixar a segurança para trás e lançar-me numa aventura que não sei onde vai chegar. Olho para os lados e vejo as pessoas simplesmente atirando-se para frente. Não consigo descobrir se o que elas têm é menos medo ou mais coragem do que eu. Esta é a última semana de uma moça aqui do trabalho. Quando ela me disse que ia sair, logo pensei “deve ter encontrado um emprego melhor e principalmente estável, afinal, ela não é mais da turma dos vinte e tantos e além disso tem dois filhos para criar”. Mas não, ela não encontrou um “emprego estável” pelo menos para os padrões de hoje. Ela e o marido vão mudar de estado, vão viver na praia às custas de um negócio próprio. Que maravilha eu pensei, e que coragem! Maldita coragem que me falta, sempre me faltou. Sabe pessoas com os dois pés atrás? Eu sou uma delas em muitas situações.


Meus avós paternos nasceram no Ceará, casaram por lá e mesmo antes do primeiro filho nascer desceram o mapa com destino à São Paulo. Só tinham um ao outro. Parece pouco mas foi o suficiente para construir uma casa e dar uma vida decente a três filhos. Meus avós maternos também, tinham a mesma coragem e o dobro de filhos. Após uma geada que destruiu a lavoura de café, deixaram para trás a enxada e subiram o mapa até São Paulo. Minha mãe, com dezoito anos, e com um irmão mais novo a tiracolo foi na frente e sem conhecer ninguém conseguiu emprego e uma casa para a família morar. Meus avós deram-me, através de seus genes, muitas das minhas características (menos os olhos azuis do meu avô paterno, droga!), mas cadê o gene da coragem? Será que houve algum problema na hora da divisão celular e, ao invés de um par de genes da coragem e outro do medo eu fiquei com dois pares de genes do medo?


Ontem estava lendo o blog da Larissa. – esta é uma pessoa de coragem, e de vontade – e aproveitei para assistir dois vídeos do Youtube que ela postou no lá. O primeiro é uma versão inglesa do programa Ídolos (eu acho) que mostrava a seleção dos candidatos a cantores. Sobe no palco um gordinho, dentes tortos e cara de bobo, e fica de frente para três jurados sisudos com uma platéia ao fundo. Perguntam o que ele vai cantar, uma ópera responde ele. Os jurados fazem cara de interrogação. Quando o rapaz abre a boca não há como não se emocionar, e olha que eu não tenho ouvido acostumado a esse tipo de música. Ele é aplaudido de pé. Ele deu um passo. O outro vídeo é sobre uma avó que cuida do neto de dezesseis anos que tem paralisia cerebral. O rapaz não anda e mal movimenta os braços e a cabeça. Sozinha a avó arruma o neto, o coloca na cadeira de rodas e vai até o ponto de ônibus. Quando chega o ônibus ela pega o garoto no colo (ele deve ter o peso de um adulto) sobe as escadas e o coloca no banco, desce e pega a cadeira de rodas. Na hora de desembarcar é a mesma coisa. Tudo isso para levá-lo até a clínica em que ele faz tratamento, pois seu maior sonho é vê-lo andar. O vídeo está em espanhol, mas não é preciso entender a língua para saber que esta doce abuelita deu centenas de passos.


Às vezes parece tão difícil para um bebê dar seu primeiro passo. Ele tem medo, duvida que vá conseguir, tenta ficar em pé mas cai. Tenta novamente e, meio desequilibrado, dá seu primeiro passo. Depois disso não pára mais, é só uma questão de tempo para que queira conquistar o mundo.


E após todos esses anos aqui estou eu, indecisa, com medo de seguir em frente porque, diferente da minha primeira vez, agora não há ninguém do outro lado da sala me esperando de braços abertos.

02 novembro 2008

Ensaio Sobre a Cegueira


Quantas vezes já desejamos fazer algo, talvez algum sonho secreto, e paramos assustados ao perceber que alguém nos vigiava? Esses olhos pesam sobre nossos ombros, olhos que podem ser de um pai severo tentando manter o filho longe de encrencas, de uma professora exigente tentando manter sua turma sob controle, olhos de um chefe limitado tentando podar um funcionário talentoso que o ameaça. Olhos divinos que nos seguem por toda parte, mesmo naqueles lugares em que olhares mortais não nos alcançam.

Esse olhar nos sufoca, nos reprime, nos faz pensar duas, três vezes antes de darmos vazão aos nossos desejos e, muitas vezes nos tortura. Todos têm, em maior ou menor grau, limitações. O que para alguns pode ser uma coisa totalmente corriqueira, como falar para uma platéia de cem, duzentas pessoas, para outros pode ser a morte. Mas o que determina essa diferença de atitude? Será que os olhares são mais brandos para uns do que para outros, ou será que a diferença está em quem recebe o olhar?

Se são os olhos do mundo que nos reprimem, então por que, mesmo quando ninguém nos vê ainda assim nos recolhemos, nos escondemos? Muitos falarão que é a divindade, que tudo vê, mas isso também vale para aqueles que não se curvam a nenhum ser divino? Será a consciência então, que está mais próxima de nós que nossos pais e que a própria divindade, que nos bloqueia e nos impede de fazer coisas que não são aceitáveis em uma civilização?

Seja o que for que nos vigia; a civilização, a divindade ou a consciência, impedindo-nos de darmos vazão aos nossos desejos; isso também nos protege. Impede que outras pessoas dêem vazão a desejos que são altamente danosos. Abrindo mão de uma parte de nossa liberdade garantimos um pouco de segurança.

Mas e se um dia você acordasse e descobrisse que ninguém mais te vigia, que ninguém mais pode te ver?


Em Ensaio Sobre a Cegueira os olhares que nos protegem e que nos acusam não existem mais. É hora de escolher em que lado ficar: lutar pela sobrevivência guiados pelo único juiz que a falta de visão não conseguiu eliminar - a consciência; ou liberar os instintos animalescos há tempos encarcerados dentro de nós. Talvez para quem assista seja fácil escolher o óbvio. Partindo da certeza de que somos seres civilizados devemos deixar a consciência nos guiar, mas e quando o instinto de sobrevivência fala mais alto e não existem olhares a nos denunciar?

O filme é uma fonte fecunda de sentimentos contrários. Primeiro a sociedade dita “civilizada” elimina de forma desumana e rápida aqueles considerados uma ameaça. Todos os infectados pela cegueira branca são levados para um sanatório desativado. Desta maneira a vida das pessoas “normais” não é afetada, elimina-se o mal pela raiz.

Dentro do sanatório, sem visão, sem regras, sem olhares que reprimam ou protejam, as pessoas devem escolher; ou se unem em bandos – assim como fazem os animais – para se protegerem de outros bandos ou morrem. A perda da visão significa também a perda da civilidade, do pudor e do respeito. O sonho de um dia poder se livrar dos olhares acusadores agora se transforma em pesadelo. Mas a mesma doença que transforma alguns em animais faz outros mais humanos. Ainda que ninguém determine as leis a serem seguidas e não exista punição para a contravenção os que cultivam o amor pela vida têm aí a sua salvação.


O filme começa num ritmo acelerado, com um homem que perde a visão de um instante para o outro enquanto dirige de casa para o trabalho e que mergulha em uma espécie de névoa leitosa assustadora. Uma a uma, cada pessoa com quem ele encontra - sua esposa, seu médico, até mesmo o aparentemente bom samaritano que lhe oferece carona para casa terá o mesmo destino. À medida que a doença se espalha, o pânico e a paranóia contagiam a cidade. As novas vítimas da "cegueira branca" são cercadas e colocadas em quarentena num hospício caindo aos pedaços, onde qualquer semelhança com a vida cotidiana começa a desaparecer. Dentro do hospital isolado, no entanto, há uma testemunha ocular secreta: uma mulher (JULIANNE MOORE, quatro vezes indicada ao Oscar) que não foi contagiada, mas finge estar cega para ficar ao lado de seu amado marido (MARK RUFFALO). Armada com uma coragem cada vez maior, ela será a líder de uma improvisada família de sete pessoas que sai em uma jornada, atravessando o horror e o amor, a depravação e a incerteza, com o objetivo de fugir do hospital e seguir pela cidade devastada, onde eles buscam uma esperança. A jornada da família lança luz tanto sobre a perigosa fragilidade da sociedade como também no exasperador espírito de humanidade. (...)

fonte: http://www.ensaiosobreacegueirafilme.com.br/main.php


28 outubro 2008

Proposições e devaneios

Filosofia de botequim, ainda que não concebida em um.

- O que me falta?

- Do que eu sinto falta?

- Não posso mudar o passado, logo não devo me arrepender

- Não tenho que agradar todos

- Mesmo que eu dedique minha vida a agradar os outros, ainda assim não agradarei a todos que quero.

- Não posso ir contra o fato de que nem todo gostarão de mim. O defeito pode ser meu mas também pode não ser.

- Não vou conseguir fazer tudo o que quero.

- Não vou conseguir fazer tudo o que preciso.

- Não tenho que dar conta de todas as tarefas que o mundo me atribui.

- Tenho que conviver com o fato de que existem pessoas que não prestam.

- Não tenho que gostar de todos.

- Não preciso provar nada a ninguém.

- Não posso fazer pelos outros mais do que aquilo que eles desejam receber de mim.

- Estamos ao mesmo tempo juntos e sozinhos.

- Não conseguirei congelar o tempo nos dias em que fui mais feliz. Tenho que buscar outros dias felizes.

- Não preciso abandonar prazeres antigos só porque fiquei mais velha. Posso refiná-los.

- O mundo não gira ao meu redor mas posso criar o meu mundo.

03 outubro 2008

Fim

Hoje pela manhã terminei um relacionamento. Não foi longo. Durou um mês, um mês e meio no máximo. Mas foi intenso. No começo não achava que daria certo, que nos daríamos tão bem pois não tive chance de escolher estar com ele, foi algo imposto a mim. Nosso primeiro encontro foi um pouco estranho. Eu não entendia muito bem o que ele dizia pois em um momento mostrava uma face e no dia seguinte já parecia outra pessoa. Na verdade ele era um conjunto de várias personalidades: religioso, sarcástico, sério, brincalhão, verdadeiro e por vezes mentiroso. Mas tinha uma sabedoria de dar inveja a muita gente. Contou-me coisas de um passado bem distante e que ainda hoje se fazem presentes no meu dia-a-dia. Algumas das coisas que ele me segredou fizeram com que eu duvidasse e por vezes considerasse mentira muito do que outras pessoas me ensinaram ao longo da vida. Mas como muitas vezes eu não tive certeza da veracidade de suas palavras nunca consegui saber se tudo o que ele me contava havia realmente acontecido.
Víamo-nos todos os dias; às vezes pela manhã, dentro do ônibus mesmo, outras vezes na hora do almoço e outras tantas em casa, já deitada na cama. Nessa ocasião em particular, eu sempre acabava pegando no sono antes dele terminar suas histórias. Mas ele não se importava com isso e aguardava até o outro dia para finalizar sua explicação e por vezes e pacientemente voltava a alguns fatos que eu havia deixado passar por falta de atenção.
Mas apesar de nos darmos tão bem, eu sabia que o fim estava próximo. Foi hoje pela manhã quando eu estava indo trabalhar que ele me disse adeus. Confesso, senti um aperto no coração. E agora, perguntei-me, quem vai me acompanhar, contar histórias, me fazer rir? Senti-me sozinha e tive até vontade de chorar. Mas não pude prendê-lo. Ele é livre para conhecer outras pessoas assim como eu sou livre para ter novos relacionamentos, mas vou sentir sua falta. Quem sabe no futuro eu não o encontre novamente? Provavelmente meu sentimento por ele estará mais maduro pois não será mais uma novidade. Então poderei apreciá-lo com calma e descobrir novas formas de lê-lo.

A República dos Bugres

Vencedor do Prêmio Guimarães Rosa de 1998, do Governo do Estado de Minas Gerais, o romance de Ruy Tapioca impressiona tanto pela seriedade da pesquisa dos fatos históricos que o embasam, quanto pela riqueza da linguagem e a segurança com que a narrativa está estruturada.
Trata-se de um romance histórico, em tom picaresco, envolvendo um período que abrange da chegada da família real portuguesa, ao Brasil, em 1808, à Proclamação da República, em 1889, na visão das classes subalternas, ou dos enjeitados, representadas por um suposto filho bastardo de Dom João VI, que se torna mestre-escola, e um filho de escravos, que chega a ser capelão do Exército Brasileiro na Guerra do Paraguai.
Dando asas à imaginação na construção e desenvolvimento da sua narrativa, o autor se valeu também de personagens reais, tendo como fonte as Memórias para servir ao reino do Brasil, do padre Luiz Gonçalves dos Santos, vulgo Perereca. E hoje confessa haver tido como influência o Recurso do método, o clássico do cubano Alejo Carpentier. O resultado final é uma alamentada contribuição às comemorações dos 500 anos do Brasil.
Este A república dos bugres surge em um momento oportuno para uma reflexão sobre a História do país e a nossa formação como povo. Além de ser uma realização literária de fôlego.

Sobre o autor

Ruy Tapioca nasceu em Salvador (BA), em 1947, e reside no Rio de Janeiro desde 1958. Exerceu cargos de gerência em empresas estatais de grande porte e foi professor universitário.
Aposentado, dedica-se atualmente à literatura, além de colaborar, como voluntário, em uma ONG de defesa dos direitos humanos. A república dos bugres, seu romance de estréia, foi agraciado com quatro prêmios literários: Guimarães Rosa (Minas de Cultura) de romance, 1998; Octavio de Faria, de romance, da União Brasileira de Escritores, 1998; Biblioteca Nacional, para romances em andamento, 1997 e Prêmio Cidade do Recife, Ficção, 1998 (menção honrosa).

28 setembro 2008

Semana de Letras

Terminou sexta-feira, em grande estilo, mais uma Semana de Letras da UFPR. Foi o primeiro ano em que eu finalmente criei coragem (e vergonha na cara) e resolvi comparecer a algumas das apresentações. Valeu a pena.


Ah, e pra quem acha que aluno de letras só vive de livros, como encerramento tivemos Poesia é Fado: leitura de obras de poetas portugueses e show musical com o grupo Serestuna.






16 setembro 2008

Só por uma semana...

Só por uma semana eu gostaria de poder sair de casa de regata ou vestido e ter a certeza de que no final do dia não voltaria molhada, com frio e prestes a pegar um pneumonia. Somente por sete dias eu gostaria de não ficar na incerteza, ao sair de casa, se devo ou não levar guarda-chuva. Se levo é um peso inútil. Se não levo é chuva na certa. Uma semana apenas para não ter que vestir cinco blusas pela manhã, carregar as mesmas cinco nos braços, na hora do almoço e ao final do dia ficar se culpando por não ter pego mais uma antes de sair de casa. Cento e sessenta e oito horas apenas para não suar feito louca às três da tarde e não poder refrescar-se com um banho, mas às dez da noite rezar um pai-nosso antes de enfrentar o chuveiro. Sete dias em que eu pudesse usar, realmente, minhas roupas de primavera/verão sem ter que carregar a tira-colo um sobretudo outono/inverno. Uma mísera semana dormindo apenas com um lençol sem ficar soterrada sob quilos de edredons e cobertas.

Só por uma semana eu queria ser normal como o resto do país e não carregar um mini guarda-roupa na minha bolsa.

Mas não dá. Eu moro em Curitiba.

Previsão do Tempo para Curitiba/PR

Previsão para 5 dias
 
Qua, 17/09/08Qui, 18/09/08Sex, 19/09/08Sáb, 20/09/08Dom, 21/09/08
TempoMadrugada

nublado
Manhã

céu com muitas nuvens
Tarde

céu com muitas nuvens
Noite

céu com muitas nuvens
 

céu com muitas nuvens
 

céu com muitas nuvens
 

parcialm. nublado com pancadas de chuva e trovoadas à tarde
 

nublado com pancadas de chuva e trovoadas
TemperaturasMáx. 20º Mín. 8º
Máx. 22ºMín. 8º
Máx. 24ºMín. 9º
Máx. 24º Mín. 12º
Máx. 18ºMín. 13º
Ventosudeste / fraco a moderadonordeste / fraco a moderadonordeste / fraco a moderadonoroeste / moderado a fortesudoeste / moderado
Visibilidadereduzida pela manhãboareduzida pela manhãboareduzida pela manhã e à noite

(IM)PREVISÃO DO TEMPO PARA CURITIBA 

14 setembro 2008

Pequeno tesouro

Com a chegada da internet certos hábitos foram deixados para trás. Um deles é o de escrever cartas. Faz muito tempo que não sei o que é enviar ou receber cartas. Felizmente em minha casa tenho um tesouro bem guardado. Não é muito mas é meu. São cartas que recebi de amigos queridos...

Kátia

Para a minha amiga que adora ler.

Te considero uma amigona! Dou milhões de votos p/ que você seja muito feliz.

Gostaria muito que as coisas com você e o André estivessem bem. Achei 3 coisas na minha agenda aí resolvi escrever aqui p/ você:

"Você está sempre livre para mudar de idéia e escolher um futuro ou um passado diferentes."

"Não existe um problema que não ofereça uma dádiva para você. Você procura os problemas porque precisa das dádivas por eles oferecidas."

(do livro Ilusões - Richard Bach)

"A perda de nossas ilusões é a única perda da qual nunca nos recuperamos."

(Marie Luise de La Ramée)

Sabe antes de conhecer todas vocês 7, eu andava muito deprimida. Acho que naquelas alturas já devia ter enviado um anúncio aos classificados de algum jornal amigal. Mas felizmente encontrei vocês.

PROCURA-SE UM AMIGO

"Precisa saber falar e saber calar, sobretudo saber ouvir. Deve amar ao próximo e respeitar a dor que todos os passantes levam consigo. Procura-se um amigo para não se enlouquecer, para se contar o que se viu de belo e triste durante o dia, para se contar os anseios e as realizações, os sonhos e a realidade. Procura-se um amigo que diga que vale a pena viver, mas não porque a vida é bela, mas porque se tem um amigo. Procura-se um amigo para se parar de chorar. Para não se viver no passado em busca de memórias perdidas. Procura-se um amigo que bata nas costas sorrindo ou chorando, mas nos chame de amigo. Procura-se um amigo que creia em nós. Procura-se um amigo para se ter consciência de que ainda se vive. 

Procura-se um amigo simplesmente um amigo."

Obrigadão por tudo que você fez por mim e pela sua amizade.

Te adoro Ká,

De sua amiga Damaris

SENAI Mário Amato - Semana da Correspondência - dia 10/11/93


Damaris, eu é que agraceço, a você e a todas as outras meninas que me deram pequenos presentes disfarçados de papel de carta e envelope.

08 setembro 2008

Agora não falta mais nada

Eu vou trabalhar de ônibus, vou e volto da faculdade de ônibus também. Claro que às vezes suspiro e penso: ah... se eu tivesse um carro agora... Mas Curitiba está tão cheia de obras e sofreu um boom na venda de carros que muitas vezes é preferivel não ter um. Na verdade eu me acostumei a andar de busão. Com o passar dos anos você vai aprendendo a andar de coletivo e,
como o tempo que passo dentro de um não é tão longo, dá pra ir levando.

Eu ia levando até hoje quando o ônibus em que eu estava parou no terminal e eu vi, incrédula, um sujeito entrar no coletivo carregando no colo nada mais nada menos que uma galinha VIVA!

A bichinha estava confortavelmente instalada dentro da jaqueta do sujeito, só com a cabeça para fora, tipo aquelas mães que carregam seus filhos junto aos seus corpos, presos por um pano.  
Papai e bebê entraram tranquilamente, encostaram em um canto e desceram dois pontos depois como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. 

Eu já viajei com criança chorona, com bêbado, com vileiro que acha que todos devem ouvir as músicas que ele ouve,  com aborrecentes chatos pra caramba  e até com louca beijoqueira, mas com galinha foi a primeira vez.