07 maio 2008

Crianças

Outro dia eu estava na aula de inglês em um daqueles famosos exercícios de conversação quando a seguinte questão foi levantada: qual sua facilidade em interagir com crianças? A minha, se não for zero está bem próxima disso. Foi com certo alívio que percebi que não era a única da turma a não ter muita facilidade no trato com esses pequenos seres. Não vale incluir aí crianças com as quais você já convive, como por exemplo seu filho, um irmão mais novo ou o pentelho do filho da vizinha que mora mais na sua casa do que na dele. Têm que ser crianças com as quais você raramente tem contato ou até aquelas que você encontra por acaso, numa fila de supermercado. Eu gosto de crianças, mais precisamente eu gosto de ver crianças (desde que não estejam chorando) brincando, pulando, falando, rindo ou até mesmo dormindo. Acho que são fofas, inocentes e sinceras. Quem não se derrete ao menos um pouquinho quando vê um bebê sorrindo? Mas o grande problema está em passar da observação à ação. Existem pessoas que já nascem com um dom para lidar com os baixinhos. Um exemplo: se eu chegar para uma garotinha de uns quatro anos e disser oi ela certamente ficará muda, isso se não sair correndo*. Já as tais pessoas com dom, falam exatamente a mesma coisa e depois de alguns minutos já são convidadas a brincar de esconde-esconde. A verdade é que nós, que não temos o dom da comunicação infantil, não temos a mínima idéia de como lidar com as crianças. Se são bebês e você tenta fazê-los rir eles choram. Se são um pouco maiores e você tenta conversar parece que perderam a língua. Mas que tipo de conversa pode ser travada com um garoto de 4 anos? Você faz as perguntas básicas: nome, idade, se estuda, se tem irmãos; depois disso a conversa morre. Já as pessoas com aquele jeitinho especial podem ficar horas e horas jogando conversa fora que não se tornam chatas aos olhos dos pequeninos. Um depoimento curioso foi o de um colega da turma. Ele declarou em alto e bom som que não pretende se casar (pois a conversa também girava em torno do casamento) e de crianças ele simplesmente queria distância. Cada um com suas preferências. Existem aqueles que levam o maior jeito com crianças, outros que preferem cachorros e até mesmo uns doidos que conversam com samambaias. Fazer o quê.


* eu certamente devo ter sido o trauma de muitos adultos que, como eu, não tinham muita facilidade em manter comunicação com crianças. As pessoas vinham falar comigo e era sempre a mesma sequência: desconfiança, emudecimento, proteção atrás da saia da mãe e finalmente fuga desesperada.

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