Saindo do cinema:
- Você vai escrever sobre o filme?
- Hmmmm, acho que não.
Realmente não ia mas aí comecei a pensar no filme, no dia de ontem que não foi tão bom a princípio (segunda-feira, serviço que não parava de chegar, fim de semana não muito produtivo, desânimo, preguiça e uma pitadinha de TPM só para dar um gostinho) e resolvi escrever.
Basicamente The Bucket List (Antes de partir) conta a história de dois homens (interpretados por Jack Nicholson e Morgan Freeman) que se conhecem num quarto de hospital e descobrem que ambos estão com câncer em estágio terminal e só têm mais 6 meses de vida. Decidem então fazer uma lista de tudo que ainda desejam realizar antes de partirem e embarcam juntos numa viagem pelo mundo tentando cumprir todas as tarefas. Carter Chambers (Morgan Freeman) diz: quarenta e cinco anos passam muito rápido. Eu digo que um mês passa muito rápido. São tantas coisas para fazer que muitas vezes fico de saco cheio, como ontem, e tenho vontade de não fazer mais nada.
Mas para não ter que esperar até aparecer um médico me dizendo que tenho só mais 6 meses para então eu resolver me mexer, comecei a um tempo atrás a tentar organizar minha vida colocando tudo o que eu preciso e o que quero fazer em listas. Tudo bem que pode não seguir muito a idéia do Carpem Diem mas é uma maneira prática de me organizar e fazer sobrar mais tempo para aquilo que gosto. Minhas listas eu fiz no Remember the Milk. Fiz várias delas tentando organizar tudo por categorias. Alguns itens têm data marcada (nem sempre cumpridas, devo confessar) e outros não. Geralmente os itens com data marcada são tarefas burocráticas. Os outros podem ser classificados como desejos a serem realizados mas só de estarem lá, devidamente listados, ficam um pouquinho mais reais. A falta de espontaneidade da lista é recompensada quando vejo quantas coisas eu já consegui fazer. Dá uma sensação de tarefa cumprida, de que, afinal de contas, estou usando meu tempo com coisas úteis.
Outro tipo de lista bem legal é a 101 coisas em 1001 dias. O título é auto-explicativo. Você deve tentar cumprir suas 101 tarefas dentro daqueles 1001 dias. As tarefas precisam ser específicas, realistas, mensuráveis e exigir algum esforço da sua parte, mesmo que pequeno. Pode ser desde passear 3 vezes por semana com seu cachorro até escrever uma carta para alguém que você não vê a muito tempo (a volta ao mundo pilotando uma patinete também vale). A idéia de especificar suas tarefas é bem interessante pois lembro que em um dos treinamentos motivacionais que fiz onde trabalho o instrutor pedia a cada um dos participantes para exprimir em uma palavra ou duas o que a pessoa queria para a sua vida. Vieram felicidade, amor, saúde, alegria, paz. Muito bem, disse o instrutor, mas você tem idéia de que tipo de paz deseja? Paz para você, para o mundo? Como você vai conseguir isso e como você vai saber que conseguiu? Tem como medir? Pois é. Não adianta querer abraçar o mundo se você não consegue nem manter seu quarto limpo por um mês.
Eu ainda não tenho a minha lista de 101 coisas mas pretendo fazê-la. Mas o mais importante do que simplesmente ficar caçando 101 tarefas para completar minha lista é fazer com que o cumprimento dessas tarefas realmente faça alguma diferença para mim. Já estou cansada de fazer só por fazer.